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segunda-feira, 24 de maio de 2010

O Hussein bom - final



















O Hussein Bom – Final

A essa altura confesso a todos os leitores que já estava delirando como havia dito, aquilo tudo que estava acontecendo era demais para mim, logo eu acostumado com tanta violência na televisão, tanta morte, tanto sangue, tanta tragédia. Disso tudo o bom é que não havia acabado. 
Barack, aquele, recebeu o importante apoio da Família Kennedy, sendo comparado muitas vezes ao ex-presidente John Kennedy na sua capacidade de animar os eleitores e oferecer uma nova liderança.

Recebeu igualmente o apoio de artistas como o cantor Will.I.Am e a líder das Pussycat Dolls, Nicole Scherzinger, que chegaram a gravar um vídeo denominado Yes We Can para a campanha do Senador.

Ele brincou no programa da popular apresentadora americana Oprah Winfrey, quando disse que jantares de sua família "são sempre uma mini-ONU, com parentes de todas as etnias”. Que maravilha isso.

Ele realmente começava a chamar mais ainda minha atenção a essa altura, depois de Martin Luther King, Jimi Hendrix, Malcolm X, quarenta anos depois de tudo isso, de todo racismo, segregação, exclusão, depois de todas as guerras que tinha visto, um homem tinha conseguido uma façanha, diferente de tocar dois aviões contra prédios, uma coisa boa, uma coisa inédita, incrível, incrivelmente positiva.

Em 04 de novembro de 2008, esse é o dia meus amigos, Barack Obama foi eleito presidente dos Estados Unidos da América, derrotando John McCain. Tinha visto e acompanhado tudo pela televisão, exatamente como nas guerras, mais agora o gosto de algo renovado, revigorado e todos os substantivos para sentimentos desse tipo estavam renovados, fortes.

As 2h15min o candidato adversário John McCain reconhece a derrota em Phoenix, no Arizona. Algo realmente épico havia acontecido, em todos os sentidos, maior do que todos os parâmetros do nosso imaginário, ele tinha conseguido, ele estava lá, eleito o primeiro presidente negro da história dos EUA.

As pessoas choravam, negros, brancos, pobres, ricos, todos. Todos que sofreram antes ou depois, hoje, ontem, na década de 60, com o Vietnam, na de 90, como eu, nas guerras do Golfo, com o medo e espanto do 11 de setembro, nós estávamos felizes, alegres, doidos da vida pela mudança, pelo grande passo dado de lá para cá e não daqui para lá, como sempre acontecera.

Eu via filas enormes em um país onde votar é uma faculdade, negros aos montes, indo, com orgulho, votar em seu líder, simplesmente 65% dos eleitores aptos ao voto foram exercer essa civilidade. Era realmente algo gigante, um grito enorme, intragável, preso há oito anos. Podíamos gritas, chorar, rir, enfim podíamos.

“Nunca vi um movimento assim” disse David Albright, veterano da II gGuerra Mundial de 83 anos de idade, e que movimento Sr. David. O  adversário do Obama, John McCain disse: “foi uma das mais incríveis experiências que alguém pode ter, lamento um pouco que tenha chegado ao fim, porque foi empolgante”. A candidata a vice dos Republicanos Sarah Palin disse: “ independente do resultado já é algo histórico”. Deus, os adversários do tal Obama estavam agradecendo, estavam surpresos com o que passaram, com o que o tal Obama lhes fizera, fazer parte de tudo aquilo.

Todos os recordes batidos, todas as esperanças depositadas em um homem, “um homem de Chicago cara, do centro de South Side irmão, o local mais segregado da América”. Um lugar com feridas raciais expostas e inflamadas, sem cura, sem esperança. Mais agora tudo mudara, tudo.

Quenianos, no outro lado do planeta pulavam comemorando, celebridades davam seu aval positivo, esperança, renovação.

Martin Luther King Jr., Miles Davis, Ray Charles, Hattie McDaniel, Malcolm X, James Brown, Jimi Hendrix, todos dançavam no céu.

Aqui na terra Nelson Mandela, Muhammad Ali, Spike Lee, Areta Franklin, Beyoncé Knowles, Denzel Washington, Eddie Murphy, Halle Berry, Whoopi Goldberg, Tina Turner, todos devem ter chorado ao lembrar  tudo o que passaram naquele país até isso acontecer, talvez no íntimos desses não havia sequer essa crença, de que algo assim podia acontecer em seu próprio país.

Desde o movimento dos direito civis (período de 1954 a 1985), O Black Power, Os Panteras Negras, os inúmeros negros enviados as guerras, a tolerância a movimentos como a Ku Klux Klan,  algo inadmissível, a segregação racial, as diferenças, nada mais importa e muito menos deve se dar força a estes movimentos e pensamentos pré-históricos, chega, basta.

Devemos finalmente comemorar, ficarmos alegres, felizes, aliviados, mesmo que mais tarde isso passe ou não tenhamos mais tanta certeza sobre essas coisas como tínhamos antes, o que importa é que aconteceu, o Hussein bom lutou, prosperou, venceu.

Quanto ao Hussein ruim, o Saddam, este já passou, assim como outras coisas ruins passarão e darão lugar a coisas novas, ousadas, diferentes e boas, assim como o Hussein bom, Barack Hussein Obama II, o primeiro negro no centro do poder.

Viva a vida, viva os negros, lésbicas, homossexuais, deficientes físicos, visionários, ditos lunáticos por arriscar mais em prol do bem de todos, viva os que precisam falar e ser respeitados e compreendidos.

Viva o Hussein bom, abaixo os Husseins ruins.

E continua… É preciso continuar.

Marcelo Ferla
 

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